Estrutura da Biblia

12-07-2011 16:30

 

ESTUDO SOBRE A ESTRUTURA DA BÍBLIA SAGRADA

História da Bíblia

 

 
A Bíblia não é apenas um conjunto de livros. É um livro singular. Os seus escritores humanos foram inspirados por Deus (isto é, pelo Espírito Santo) para o escreverem. Escribas, sacerdotes, reis, profetas, juízes, poetas, pastores, médicos, pescadores, num total de mais de quarenta, foram escrevendo, num período aproximado de 1.500 anos. E, apesar das diferentes profissões, capacidades e culturas dos seus escritores humanos, a Bíblia denota uma unidade ímpar.

Esses textos foram copiados e recopiados de geração para geração em diversos idiomas, partindo das suas línguas originais (hebraico, aramaico e grego). Verificou-se através do método textual, que 99% dos textos mantêm-se fiel aos originais, o que constitui um fato científico inédito, considerando a distância temporal de milhares de anos entre o momento da escrita até aos nossos dias.

 

Os livros do Antigo Testamento foram escritos em longos pergaminhos confeccionados em pele de cabra e copiados cuidadosamente pelos escribas.

Em geral, cada um desses livros era escrito num pergaminho separado, embora a Lei Frequentemente fosse copiada em dois grandes pergaminhos. O texto era escrito em hebraico - da direita para a esquerda - e, apenas alguns capítulos, em dialeto aramaico.

As partes mais antigas das Escrituras encontradas são um pergaminho de Isaías em hebraico do século II aC, descoberto em 1947 nas cavernas do Mar Morto e um pequeno papiro contendo parte do Evangelho segundo S.João 18.31-33,37,38, datados do século II dC.

A Bíblia é dividida em duas partes; o Antigo Testamento contendo os livros que narram a história do Povo de Deus e foram escritos antes de Cristo (a.C); e o Novo Testamento contendo os livros que narram a vida de Jesus e das primeiras comunidades cristãs. Contam a história do novo Povo de Deus e foram escritos depois de Cristo (d.C.).

 

     

 

Traduções para português

 

 
A primeira tradução da Bíblia para português foi efetuada por João Ferreira de Almeida (1681). Embora com vestígios da versão de Lutero de 1534 e da versão inglesa King James de 1611, é muito próxima do texto latino de São Jerónimo (Vulgata). A tradução foi feita, como era corrente na época, pelo método da equivalência sintática, que subordinava o conteúdo à forma, mas o texto resultou numa prosa elegante cujo vocabulário revela profundos conhecimentos não só de hebraico e de grego mas também de latim e das culturas afeta a esses idiomas.

A segunda tradução da Bíblia em Português foi efetuada pelo padre António Pereira de Figueiredo em 1790. Trata-se de uma versão de valor literário e filológico, sabendo que Figueiredo foi autor de um Novo Método de Gramática Latina adoptado em Portugal de 1759 a 1834. A Bíblia foi posteriormente impressa, sem notas exegéticas (por terem merecido condenação eclesiástica na época da primeira publicação), mediante prévia aprovação da rainha D. Maria II.

 

 

Resposta a perguntas interessantes

 

 
Qual o nome mais comprido exarado na Bíblia?
R.
Maersalalhasbaz - filho de Isaías. Isaías 8:3-4.

Qual a primeira árvore que aparece na Bíblia ?
R.
A figueira (Génesis 3:7).

Como se chamava a mulher cuja idade é a única que a Bíblia regista?
R.
Sara, a mulher de Abraão (Génesis 9:20).

Em que livros da Bíblia não é mencionado o nome de Deus ?
R.
No livro de Ester.

Quantos cânticos Salomão escreveu ?
R.
1005 (1 Reis 4:32).

Paulo tinha irmãos ?
R.
Sim, tinha pelo menos uma irmã (Actos 23:16).

Pedro era casado ou solteiro ?
R.
Pedro era casado porque Jesus curou a febre da sua sogra (Mateus 8:14-15).

Onde está escrito que Paulo não era casado ?
R.
Em 1Coríntios 7:8. Paulo seria em princípio viúvo, já que pertenceu ao Sinédrio (Supremo Tribunal dos Judeus), conforme Actos 26:10 e ao sinédrio só era permitido ser membro quem fosse casado.

Qual o capítulo que termina com dois pontos (:) ?
Actos 21.

Qual o capítulo que constitui a metade do Novo Testamento ?
R.
Romanos 8.

O que a Bíblia diz sobre o amor ao dinheiro ?
R.
É a raiz de toda a espécie de males (1 Timóteo 6:10)

Que escritor bíblico faz referência a papel e tinta ?
R.
João (2 João 12).

Bíblia: Resposta a perguntas frequentes

 

     

 

 

 

1

Os originais da Bíblia

2

As línguas originais da Bíblia

3

A composição da Bíblia

4

A inspiração da Bíblia

 

 

Respostas: (1) Os originais da Bíblia

     

 

 
1. Os documentos originais da Bíblia ainda existem ?

 

Não. Os escritores bíblicos não gravaram as suas palavras em pedra, nem escreveram em duráveis plaquetas de argila, antes registaram em materiais perecíveis, designadamente o papiro e o pergaminho.
Por isso, os originais desintegraram-se há muito tempo, a sua maioria no primitivo Israel, já que ficaram sujeitos à humidade e fenómenos atmosféricos, o que aliás, ainda sucede hoje com o papel e inclusive o próprio couro, que apesar

 

de serem mais resistentes, ficam danificados ao ar livre ou em recintos húmidos, sabendo que na antiguidade não existiam métodos, máquinas e conhecimentos técnicos para serem conservados.
Além disso, era costume dos judeus enterrar todos os manuscritos estragados pelo uso ou por qualquer outra causa, pois apenas pretendiam preservar os que estavam intactos e com virtualidade de transmitir, sem dúvidas, o seu conteúdo.
Finalmente, os locais onde os manuscritos preservados se encontravam guardados foram objecto de destruição por vários reis inimigos de Israel. Assim, Epifânio, Rei da Assíria, que dominou sobre a Palestina, tinha prazer em praticar a tortura e mandou exterminar a religião judaica e todos os seus haveres, tendo assolado Jerusalém e profanado o que restou do templo, destruindo todas as cópias que encontrou das Escrituras. Também nos dias do Imperador Deocleciano, os perseguidores dos judeus destruíram todas as cópias que encontraram dos escritos sagrados. Quando presumiu que todos os manuscritos estavam destruídos, mandou cunhar uma moeda, em comemoração dessa "vitória".

2. Se os originais não existem, como podemos ter a certeza da fidedignidade dos textos da Bíblia ?

Os textos bíblicos foram preservados por copistas muito meticulosos. Pouco depois da escrita dos originais, começou a produção de cópias à mão. Aliás, o copista das Escrituras era uma profissão em Israel (cfr. Esdras 7:6 e Salmo 45:1).
Como as cópias eram feitas em materiais perecíveis, as cópias foram sendo substituídas por novas cópias manuais, tornando-se a base para os manuscritos futuros, durante séculos
.

 

 

Os massarotes ("senhores da tradição) eram copistas dedicados, que viveram entre os séculos IV a X antes de Cristo. Os seus textos copiados passaram a ter a designação de textos massoréticos. Quer estes, quer os escribas, que se lhes seguiram, eram profissionais muito dedicados. Na verdade, eles reverenciavam profundamente as palavras que copiavam, sendo extremamente meticulosos. Bem sabiam que não podiam acrescentar ou retirar qualquer pontuação ou letra ao texto sagrado, porque isso seria a negação da sua própria vida dedicada.

3. Qual a evidência da exatidão com os textos originais ?
A palavra hebraica para copista é sofér, que significa contar, registar. E, efetivamente, os copistas calculavam a letra central do Pentateuco, a frase central de cada livro e quantas vezes cada letra do alfabeto (hebraico) ocorria nas Escrituras. Qualquer lapso de contagem implicava a destruição de toda a cópia e a criação de uma nova desde o princípio. Este método de verificação cruzada permitia que nem sequer uma letra do texto bíblico fosse omitida, na medida em que, à semelhança da escritura romana, em que as letras têm valor numérico (ex. V = 5; L = 50, etc.), também na língua hebraica, aramaica e grega, cada letra corresponde a um determinado valor numérico.
Perante o esforço que representava designadamente a contagem das 815.140 palavras das Escrituras e o seu valor numérico, tal constitui a garantia do máximo grau de exatidão.
A maior evidência dessa correspondência e exatidão é que existem, na atualidade, mais de 6000 manuscritos das Escrituras hebraicas (na íntegra ou em parte) e 5000 manuscritos do Novo Testamento em grego, que apesar de terem sido escritos com uma distância temporal entre si (de vários séculos), são cada um espelho do outro.

 

4. Há evidências arqueológicas ?


Sim. Existem diversas descobertas arqueológicas que permitiram um melhor entendimento da origem da Bíblia. Os manuscritos mais antigos de que existem de trechos do Antigo Testamento datam de 850 dC. Existem, porém, partes menores bem mais antigas como o Papiro Nash do século II dC.

 

 

Mas a maior descoberta ocorreu em 1947, quando um pastor beduíno, que buscava uma cabra perdida de seu rebanho, encontrou por acaso os Manuscritos do Mar Morto, na região de Jericó. Durante nove anos, vários documentos foram encontrados nas cavernas de Qumrân, no Mar Morto, constituindo-se nos mais antigos fragmentos da Bíblia hebraica que se têm notícias.
Escondidos ali pela tribo judaica dos essênios no Século I, nos 800 pergaminhos, escritos entre 250 aC. a 100 d.C, aparecem comentários teológicos e descrições da vida religiosa deste povo, revelando aspectos até então considerados exclusivos do cristianismo.
Estes documentos tiveram grande impacto na visão da Bíblia, pois fornecem espantosa confirmação da fidelidade dos textos massoréticos aos originais.

O estudo da cerâmica dos jarros e a datação por carbono 14 permitem determinar que os documentos foram produzidos entre 168 a.C. e 233 d.C. Destaca-se, entre estes documentos, uma cópia quase completa do livro de Isaías, feita cerca de cem anos antes do nascimento de Cristo. Especialistas compararam o texto dessa cópia com o texto-padrão do Antigo Testamento hebraico (o manuscrito chamado Codex Leningradense, de 1008 d.C.) e descobriram que as diferenças entre ambos eram mínimas.
Outros manuscritos também foram encontrados neste mesmo local, como o do profeta Isaías, fragmentos de um texto do profeta Samuel, textos de profetas menores, parte do livro de Levítico e um targum (paráfrase) de Jó.

 

 

 

O Hebraico

     

Na própria Bíblia a língua hebraica é chamada judaica (Neemias 13:24) ou a língua de Canaã (Isaías19:18). O alfabeto que é usado possui 22 letras, todas consoantes, sem qualquer sinal de vocalização, pois os sons vocálicos eram supridos pelo leitor durante a leitura, o que dava origem a constantes enganos, porque haviam palavras com as mesmas consoantes, mas, com acepções diferentes. Ou seja, a pronúncia exacta dependia da habilidade do leitor, levando em conta o contexto e a tradição. É por causa disto que perdeu-se a pronúncia de muitas palavras bíblicas.
Mais tarde, após o século VII, um sistema de sinais foi inventado com pequenos símbolos, para indicar as vogais corretas. Esses pontos são colocados em cima, em baixo ou dentro das consoantes, perpetuando-se assim a pronúncia tradicional da palavra. A esse sistema chama-se massorético, que deriva da palavra massoretas, derivada de "massorah, que quer dizer tradição. Os massoritas foram judeus habitantes de Tiberíades, que no século VI fixaram a pronúncia já tradicional do hebraico.


["Jesus", em hebraico]

O Aramaico

 

O aramaico era a língua falada pelos povos ao Norte e Nordeste de Canaã, da Síria até o Alto Eufrates. O aramaico é um idioma semítico falado em Arã e Síria. A influência do aramaico foi profunda sobre o hebraico, começando no cativeiro, na Assíria, e continuando através do cativeiro do reino de Judá, na Babilônia.

 

       

 

No tempo de Esdras, as escrituras ao serem lidas em hebraico, era preciso que o seu significado fosse explicado para aramaico (Neemias 8:5,8). O aramaico tornou-se a língua popular dos Judeus e nações vizinhas, tendo estas sido influenciadas pelo aramaico devido às transações comerciais dos Arameus na Ásia Menor e litoral do Mediterrâneo, razão por que passou a ser uma língua internacional do comércio nas regiões situadas ao longo das rotas comerciais do Oriente. O aramaico é também chamado de "siríaco" (Daniel 2:4 e Esdras 4:7) e "caldaico" (Daniel 1:4).
O aramaico tinha o mesmo alfabeto que o hebraico, apenas diferindo nos sons estruturais de certas partes gramaticais. Como o aramaico não tinha vogais, era muito parecido com o hebraico.

 

 

 

O Grego

 

Quando Alexandre, "o Grande" dominou o mundo com o Império Greco-Macedónico, levou o "koine" (comum), que era o idioma falado pelo povo do seu império, sendo esse idioma de clareza, qualidade definida, facilidade de expressão e de comunicação. O Grego faz parte do grupo das línguas arianas. Vem da fusão dos dialetos Dóricos e Áticos. Os Dóricos e os Ácticos foram duas das principais tribos que povoaram a Grécia. Das linguagens bíblicas, o grego é o mais focalizado entre os povos atuais de línguas greco-latinas, devido à semelhança.

 

       

O grego do Novo Testamento não é o grego clássico dos filósofos, mas o dialecto popular do homem comum, estudante, que todos podiam entender, o referido koine. O alfabeto grego tem 24 letras, sendo a primeira o alfa e a última, o omega.

A Septuaginta

A tradução mais importante do Antigo Testamento, de hebraico para grego, chama-se Septuaginta, sendo datada do século III aC. O escritor Aristéia, da corte de Ptolomeu Filadelfo, descreve que escreveu a seu irmão, monarca Egípcio Filócrates, que por proposta de seu bibliotecário Demérito de Falero, solicitou ao sumo-sacerdote judaico Eleazar, que lhe enviasse doutores versados nas Sagradas Escrituras para preparar-lhe uma versão das mesmas em grego. Ele tinha ouvido falar das Escrituras, e queria a referida versão para enriquecer sua vasta biblioteca em Alexandria. Foi assim que nasceu a Septuaginta.

 

 

       

O vocábulo "Septuaginta" quer dizer em latim "setenta", sendo citado "LXX", na medida em que essa tradução foi efectuada por 72 sábios, sendo 6 de cada tribo de Israel, em 72 dias.

Respostas: (3) A composição da Bíblia

 

 
1. Como surgiu a designação de "Bíblia" ?
Em nenhum lado da Bíblia consta que a mesma assim se deva intitular. Porque a palavra "Bíblia" significa "livro" ou "livros", passou a ser utilizada para designar o conjunto dos livros que constituem as Sagradas Escrituras. Além disso, a uma folha de papiro os gregos chamavam "biblos" e a um rolo pequeno de papiro chamavam "biblon", cujo plural é "bíblia". Todavia, já na época do Senhor Jesus Cristo, a Bíblia distinguia-se dos demais livros, designando-se por Escrituras (Mateus 21:42), Santas Escrituras (Romanos 01:02), Livro do Senhor (Isaías 34:16) e Palavra de Deus (Marcos 07:13 e Hebreus 04:12).

 


2. Qual a composição e estrutura da Bíblia ?
A Bíblia é composta por 66 livros (39 no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento). Os 66 Livros não estão sequenciados em ordem cronológica, mas sim de forma temática:

Antigo Testamento

Lei

5 livros (Gênesis a Deuteronômio), também chamados de Pentateuco.

História

12 livros (de Josué a Ester), com a narração da história do Povo de Israel;

Poesia

5 livros (de Jó a Cantares de Salomão);

Profecia

17 livros, subdividos em "profetas maiores" e "profetas menores" (esta designação versa unicamente sobre o tamanho dos livros e não sobre a importância dos profetas).

Novo Testamento

Evangelhos

4 livros (Mateus, Marcos, Lucas e João), que descrevem a biografia de Jesus Cristo

História

1 livro (Actos), que narra a história da Igreja do I século.

Doutrina

21 livros (ou epístolas): cartas a Igrejas ou a pessoas.

Profecia

1 livro (Apocalipse).


 

3. O que são os livros apócrifos ?
Os livros apócrifos são aqueles que, embora a religião Católica Romana os aceite como pertencendo ao cânone bíblico, não podem ser considerados como pertencentes à Bíblia, por serem contraditórios ou e origem duvidosa. A religião Católica Romana aprovou os apócrifos em 8 de abril de 1546 para combater a Reforma protestante. Nessa época, os protestantes opunham-se violentamente às doutrinas romanistas do purgatório, oração pelos mortos, salvação pelas obras, etc.
A palavra apócrifo significa precisamente oculto, e foi o termo inicialmente utilizado por certas seitas a respeito de livros seus, que eram guardados para seu próprio uso.

 

Livros apócrifos do Antigo Testamento

Estes livros não faziam parte do cânone hebraico, mas eram aceites pelos judeus de Alexandria que liam o grego. Alguns deles são citados no Talmude.

III Esdras

Relata factos históricos desde o tempo de Josias até Esdras, sendo a maior parte da matéria tirada dos livros das Crônicas, de Esdras, e de Neemias. Foi escrito no século I aC.

IV Esdras

Série de visões e profecias, especialmente apocalípticas, que alegadamente Esdras terá anunciado.

Tobias

É uma história novelística sobre a bondade de Tobiel (pai de Tobias) e alguns milagres preparados pelo anjo Rafael. Apresenta a justificação pelas obras (4.7-11;12.8), a mediação dos santos (12.12), superstições (6.5, 7.9,19) e um anjo engana Tobias e o ensina a mentir (5.16-19).

Judite

História da libertação de judeus do poder do general persa Holofernes, realçando a coragem da heroína Judite, viúva e formosa que salva sua cidade enganando um general inimigo e decapitando-o. Grande heresia é a própria história onde os fins justificam os meios.

Ester

Capítulos adicionados ao livro canónico de Ester, do século II aC.

Sabedoria

Livro escrito com finalidade exclusiva de lutar contra a incredulidade e idolatria do epicurismo ( filosofia grega na era cristã). Apresenta o corpo como prisão da alma (9.15), a doutrina sobre a origem e o destino da alma (8.19 e 20) e a salvação pela sabedoria (9.19), todas contrárias à Bíblia.

Eclesiástico

Ou "Sabedoria de Jesus, filho de Siraque". Colecção de ditados prudentes e judiciosos, semelhante ao livro dos Provérbios. Apresenta, todavia, a justificação pelas obras (3.33,34), o trato cruel aos escravos (33.26 e 30; 42.1 e 5) e incentiva o ódio aos samaritanos (50.27, 28)

Baruque

Apresenta-se como sendo escrito por Baruque, o cronista do profeta Jeremias, numa exortação aos judeus aquando da destruição de Jerusalém. Mas é de data muito posterior, quando da segunda destruição de Jerusalém, no pós-Cristo. Tem, entre outras doutrinas, a intercessão pelos mortos (3.4)

II Daniel

Aditamento ao livro de Daniel, com "cântico dos três jovens" (o cântico dos três jovens na fornalha), "história de Susana" (representando Daniel como justo juiz, em que segundo esta lenda, Daniel salva Suzana num julgamento fictício baseados em falsos testemunhos), "Bel e Dragão" (conta histórias sobre a necessidade da idolatria).

Manassés

Oração de Manassés, rei de Judá, no seu cativeiro da Babilónia.

I Macabeus

Descreve a história de três irmãos da família “Macabeus”, que no chamado período interbíblico (400aC.-3dC) lutam contra inimigos dos judeus visando a preservação do seu povo e da sua terra.

II Macabeus

Não é a continuação de I Macabeus, mas um relato paralelo, cheio de lendas e prodígios de Judas Macabeu. Apresenta a oração pelos mortos; culto e missa pelos mortos; intercessão pelos santos e o próprio autor não se julga inspirado.

III Macabeus

História fictícia de 217aC, enunciando as relações do rei egípcio Ptolomeu IV, com os judeus da Palestina e Alexandria.

IV Macabeus

Ensaio homilético, feito por um judeu de Alexandria, conhecedor da escola estóica sobre II Macabeus.

Livros dos Jubileus

Ou "Pequeno Génesis", tratando de particularidades do Génesis duma forma imaginária e legendária, escrito por um fariseu entre os anos de 135 e 105 a.C.

Testamento dos 12 Patriarcas

Livro de modelo de ensino moral.

Oráculos Sibilinos

Descrições poéticas das condições passadas e futuras dos judeus.

Livros apócrifos do Novo Testamento

Sob este nome são algumas vezes reunidos vários escritos cristãos de data primitiva, que pretendem dar novas informações acerca de Jesus Cristo e seus apóstolos, ou novas instruções sobre a natureza do Cristianismo em nome dos primeiros cristãos. Eis a lista desses livros:

 

"Evangelhos"

Evangelho segundo os Hebreus;
Evangelho dos Egípcios;
Evangelho dos Ebionitas;
Evangelho de Pedro;
Protoevangelho de Tiago;
Evangelho de Tomé;
Evangelho de Filipe;
Evangelho de Bartomeu;
Evangelho de Nicodemos;
Evangelho de Gamaliel;
Evangelho da Verdade

Epístolas

I Clemente,
As Sete Epístolas de Inácio;
Aos Magnésios;
Aos Trálios,
Aos Filadélfios,
Aos Esmirnenses e a Policarpo;
A Epístola de Policarpo
A Epístola de Barnabé

Actos

Actos de Paulo;
Actos de Pedro;
Actos de João;
Actos de André;
Actos de Tomé.

Apocalipses

Apocalipse de Pedro;
Pastor de Hermas;
Apocalipse de Paulo;
Apocalipse de Tomé;
Apocalipse de Estêvão


4. Observação sobre os livros apócrifos

Os chamados livros apócrifos não devem ser considerados como bíblicos por várias razões:

4.1. Tais livros nunca foram reconhecidos pelos judeus e esse facto é fundamental, considerando a doutrina de Romanos 3:2. Os Judeus perceberam que a inspiração profética terminara com Esdras. Esta é a conclusão a que chegamos através das palavras de Flávio Josefo: «Desde Artaxerxes até os nossos dias, escreveram-se vários livros; mas não os consideramos dignos de confiança idêntica aos livros que os precederam, porque se interrompeu a sucessão dos profetas. Esta é a prova do respeito que temos pelas nossas Escrituras. Ainda que um grande intervalo nos separe do tempo em que elas foram encerradas, ninguém se atreveu a juntar-lhes ou tirar-lhes uma única sílaba; desde o dia de seu nascimento, todos os judeus são compelidos, como por instinto, a considerar as Escrituras como o próprio ensinamento de Deus, e a ser-lhes fiéis, e, se tal for necessário, dar alegremente a sua vida por elas» (Discurso Contra Ápion, capítulo primeiro, oitavo parágrafo).

4.2. Nesses livros há muitos ensinos falsos, em contradição com os livros canónicos. Exemplos:

  • Justificação pelas obras
    Em Eclesiástico 3:33 e Tobias 4:7-11 defende-se a justificação (salvação) pelas obras, o que é negado por Efésios 2:8,9.
    Em Tobias 12:8,9 ensina-se que as ofertas caridosas podem expiar o pecado, mas lemos em I Pedro 1:18,19 que não é com coisas corruptíveis, como prata ou ouro que somos salvos, mas pelo precioso sangue de Cristo.
  • Mediação dos santos
    Em Tobias 12:12 narra-se a mediação dos santos, doutrina que é completamente repudiada na Bíblia. Há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo Homem (I Timóteo 2:5). Ele disse: "Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por Mim" (S.João 14:6).
  • Oração pelos mortos
    Em II Macabeus 12:44-46 doutrina-se a oração pelos mortos, o que a Bíblia não admite (cfr. Hebreus 9:27 e S.João 3:18,36).
  • Superstições e feitiçarias
    Em Tobias 6:5-8 promove-se o ensino da arte mágica. Porém, coração de um peixe não possui poder mágico e sobrenatural para espantar "toda a espécie de demónios". Satanás não pode ser expulso por algum truque (cfr. Marcos 16:17 e Actos 16:18)
  • Pedido de desculpas
    Em II Macabeus 15:38,39, o autor do livro pede desculpas, algo que é completamente inaceitável perante o texto bíblico inspirado por Deus (cfr. II Pedro 1:20,21) !
  • Ensino do Purgatório
    A Religião Católica baseia a sua crença no purgatório, particularmente devido ao livro de Sabedoria 3:1-4. Porém, esse ensino aniquila completamente a expiação feita pelo Senhor Jesus. Se o pecado pudesse ser extinguido pelo fogo do purgatório, não tínhamos necessidade de Cristo, nem Ele tinha tido a necessidade de morrer na Cruz do Calvário (I João 1:7).
  • Relatos impossíveis.
    Os apócrifos do Novo Testamento não constituem nenhum problema, porque são rejeitados por todas as igrejas cristãs, face à fragilidade desses escritos. Basta citar o exemplo do "Evangelho" de São Tomás: «Jesus atravessava uma aldeia e um menino que passava correndo, esbarra-lhe no ombro. Jesus irritado, disse: não continuarás tua carreira. Imediatamente, o menino caiu morto. Seus pais correram a falar a José; este repreende a Jesus que castiga os reclamantes com terrível cegueira». Este relato, que não se coaduna com a sublimidade dos ensinos de Cristo, é suficiente para provar que este evangelho é espúrio.

4.3. O Senhor Jesus citou, por diversas vezes, as Escrituras do Antigo Testamento, porém, nunca citou qualquer texto dos chamados livros apócrifos. Vejamos alguns exemplos das citações que Jesus fez no Velho Testamento. Cfr., as seguintes citações do Antigo Testamento, constantes em Lucas 24:27 e 44; Mateus 4:4; Mateus 4:7; Mateus 4:10; Mateus 19:4-5; Lucas 17:26-29; Mateus 12:40; Marcos 12:36 e João 5:46-47.

 

 

Respostas: (4) A inspiração da Bíblia

     

 

 
1. A palavra inspiração deriva de in spiro, que significa «soprar para dentro, insuflar». A Bíblia diz-nos que, toda ela, é inspirada por Deus (2 Timóteo 3:16). Ou seja, Deus actuou directamente para transmitir ao homem os Seus pensamentos. Enquanto "sopro de Deus", a Escritura tem autoridade.
Toda e qualquer parte da Escritura é a "Palavra de Deus". As designações como "as Escrituras" e "os oráculos de Deus" (Rm 3.2) e a afirmação "está escrito", claramente mostram a sua proveniência divina.

2. As palavras da Escritura são expressamente atribuídas ao seu Autor - o Espírito Santo (Mateus 1.22; Actos 13.34; Actos 1.16 e Hebreus 3.7). Os escritores materiais da Bíblia falavam pelo Espírito Santo (Mateus 2.15). E deste modo as própria palavras da Escritura são consideradas de autoridade divina (S. João 10:34,35), e as suas doutrinas são designadas para a direcção espiritual e temporal da humanidade em todos os tempos (Romanos 15:4 e 2Timóteo 3:16). Aliás, a garantia da autoridade divina relativamente às Escrituras funda-se no ensino de que o Espírito Santo foi prometido aos discípulos de Cristo como seu Mestre e Guia (João 14.26 e 16.13).

3. Em 2Pedro 1:21, os homens, e em 2 Timóteo 3.16, a Escritura, diz-se serem inspirados; na verdade, não foram apenas os homens que escreveram, mas também o que escreveram que a Bíblia enuncia como sendo inspirado.

 

4. Porém, inspiração não é escrita mecânica e cega. Deus inspirou os homens e não se limitou a ditar. Deus fez uso das características natural de cada escritor, e por um acto especial do Espírito Santo, habilitou-os a comunicar ao homem, por meio da escrita, a Sua divina vontade. Observa-se esta associação do divino e do humano nas passagens de Mateus 1:22; 2:15; Actos 1:16; 3:18; 4:25. Ou seja, a operação do Espírito Santo junta-se com a actividade mental do escritor, operando por meio dele e guiando-o.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Preletor: Presbítero Josenilson Faustino – 2º Supervisor SETOR 02